sábado, 25 de fevereiro de 2012

A verdade insofismável do Caso Cesare Battisti






O CASO CESARE BATTISTI - A palavra da Corte é um relato corajoso sobre a história do terrorista italiano Cesare Battisti, condenado em seu país e refugiado no Brasil como ativista político, com honras de 'mito da esquerda'.

Walter Filho, promotor de justiça e cidadão comprometido com a verdade, esteve em Milão, no ano de 2009, quando iniciou suas pesquisas por meio de documentos, processos e conversas com italianos que o inteiraram dos crimes bem como da personalidade do criminoso que estava asilado no Brasil. De volta ao seu País, vasculhou blogs, teve acesso a reportagens de jornais, processos e documentos, munindo-se de vasto acervo bibliográfico, de fonte segura, que estudou com responsabilidade e, com sua pena leve, imprimiu seu pensamento e deu a forma de livro, esta obra cabal, cuja intenção não é levantar bandeiras ou fazer denúncias, mas tão somente mostrar a verdadeira versão da história de Cesare Battisti à sociedade.

Com seu estilo fluido e sua linguagem simples de quem tem o domínio da palavra, o autor discorre, inicialmente, sobre a prisão de Battisti em Milão, sua fuga do presídio, o asilo político na França, onde passou a escrever romances policiais e a trabalhar como zelador de um condomínio, até a sua nova fuga, dessa vez para o Brasil, aonde entrou com passaporte falso. A escritora francesa Fred Vargas, ao colocar sob suspeita as decisões judiciais da França e da Itália, influenciou as autoridades brasileiras a refugiarem o criminoso.

No segundo capítulo, tem-se conhecimento sobre as ações do PAC, o grupo de Proletários Armados pelo Comunismo, do qual fazia parte Battisti. Mostra-se claramente que a finalidade do grupo ultrapassava a desestabilização do governo vigente, mas, constituía, de fato, um bando armado de criminosos vingativos. Em seguida, são relatados os crimes contra a vida, ou seja, descrevem-se o julgamento e a condenação de Battisti pela justiça italiana, por envolvimento em quatro assassinatos, e sua pena declarada de prisão perpétua. Há citação de todas as sentenças, o que dá credibilidade e consistência às informações compiladas.

Passa-se, na sequência, ao detalhamento dos crimes, iniciando com o assassinato de Antonio Santoro, chefe dos guardas carcerários de Udine, odiado pelo Bando por conta de sua rigidez. Foi o próprio Battisti quem disparou a arma que matou o agente. Após, relata-se o assasinato de Pierluigi Torregiani, dono de uma joalheria, morto na presença de seus filhos menores, crime pelo qual Battisti responde por coautoria, como também no terceiro homicídio, descrito a seguir, do açougueiro Lino Sabbadin, alvejado dentro do seu comércio. O último assassinato, do agente de segurança Andrea Campagna, teve Battisti como autor material, já que foi ele quem proferiu os dois disparos.


Walter não se limita a relatar os crimes, descreve a trama do grupo nas reuniões, as circunstâncias em que ocorreram e a autoria de cada um, com amplo conhecimento das ocorrências, todas descritas com base em sentenças e documentos de investigação.

A seguir, rebatem-se as acusações da escritora Fred Vargas de que houve irregularidade nos processos que julgaram Battisti na França e na Itália. O autor cita trechos da carta enviada pela escritora ao Supremo Tribunal Federal do Brasil e, de forma consistente, desmancha todos os argumentos (por ela aventados) que tão facilmente convenceram as autoridades brasileiras.


Esclarece, ainda, o desligamento de Cesare Battisti do grupo PAC, rebatendo verdades sofismadas sobre a sua conduta. Descreve, também, a visão dos simpatizantes, mais uma vez contestando a carta de Fred Vargas e a postura das autoridades brasileiras que, ao receberem Battisti como criminoso político, criaram um grave problema diplomático com a justiça italiana. Walter desmistifica a ideia de crimes políticos e mostra que os atos de Battisti, na verdade, podem ser qualificados como brutais execuções de um criminoso violento e frio.


Ao negar o pedido de extradição do fugitivo feito pelo governo italiano, concedendo-lhe refúgio politico, o Brasil afrontou sua própria legislação por razões certamente ideológicas de seus governantes, pois é evidente que a condenação foi feita por crimes de homicídio e atos terroristas, não configurando, pois, crimes políticos.


Após descrever a vida do fugitivo durante a extradição na França e no Brasil, o autor conclui que a permanência dele em nosso País, a proteção judiciária que lhe foi dada, mesmo diante de tantas provas de seus crimes, foi mais um incentivo à impunidade. Walter dá como verdade insofismável a palavra da Corte Italiana. Battisti é um criminoso comum, não um criminoso político. E é convincente, porque fala com propriedade calcada em sentenças, processos e documentos legítimos e incontestáveis. Para a sociedade em geral, deve valer a sua palavra, Walter Filho!

Aíla Sampaio